Fim do meu Mundo
Triste condição em que o Mundo me deixou, sem memórias de sorrisos, cheio de lágrimas secas e caladas. Sou agora o fim do Mundo, cheio de culpas pelos remorsos esquecidos na origem da minha vela. Arde em cera a chama do meu calmo desespero, como arde, furioso, o archote do meu orgulho.
É o fim do meu queixume. Deixo-te na paz possível, ó multidão de vozes que não sabem o que dizem. Nem eu... Sei só que o fim dos dias me rói por dentro, desde o meu nascimento: nunca fui eterno, nem nunca o quis.
Cale-se quem não tiver nada de mal a dizer, porque toda a gente é um santo no seu caixão, e eu não quero ser um santo. Nem santo nem diabo. Quero ser só aquele que nunca soube ser: eu.
Lembrem-se de mim. Lembrem-se só dos meus erros, porque esses sim, são úteis. São lições que de mim herdas, Mundo calado.
Diz. Podes dizer. Mas diz alto para que eu acredite, mesmo sendo mentira, que eu te fiz feliz, vida minha.
É o fim do meu queixume. Deixo-te na paz possível, ó multidão de vozes que não sabem o que dizem. Nem eu... Sei só que o fim dos dias me rói por dentro, desde o meu nascimento: nunca fui eterno, nem nunca o quis.
Cale-se quem não tiver nada de mal a dizer, porque toda a gente é um santo no seu caixão, e eu não quero ser um santo. Nem santo nem diabo. Quero ser só aquele que nunca soube ser: eu.
Lembrem-se de mim. Lembrem-se só dos meus erros, porque esses sim, são úteis. São lições que de mim herdas, Mundo calado.
Diz. Podes dizer. Mas diz alto para que eu acredite, mesmo sendo mentira, que eu te fiz feliz, vida minha.
Gonçalo Taipa Teixeira
3 de Novembro de 2001
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