quinta-feira, dezembro 22, 2005

Calor

A ventoinha sopra em vão
Abafada pelo que o Sol aquece
Como aquece o chão, que aquece o ar.
O meu corpo, engolido pelo calor,
Desespera pela frescura de um sorriso.

Um sorriso desconhecido
De negros olhos fundos, preciosos.
Um sorriso que me faça sonhar
Fingir que me apaixono, sem palavras.
Imagino que me desejas
Como eu te desejo.

E no meio do calor amamo-nos,
Sem deixar que o sonho acabe;
Sem acordar, puxando-me para a dor,
A realidade que darteja gargalhadas
Por eu sonhar ter sonhos escondidos.
Por fugir à realidade do suor.

Gonçalo Taipa Teixeira
14 de Outubro de 2003