segunda-feira, dezembro 19, 2005

Dias

São dias, estes que passam,
Desde que nasci, dias.
Lentos que maçam, maceram e trituram
E nem ousam acabar.
Uns em cima dos outros
Levaram o Sol à loucura,
Preso ao calor madraço.
Fizeram da Lua fria lâmina
Que me corta a vontade;
Atira-me ao chão, cansado, acordado.

Assim, fico à espera.
Vejo os dias passarem na montra.
Olho para a frente, tento prever
Dos dias, o último.

Gonçalo Taipa Teixeira
14 de Março de 2005