quinta-feira, junho 01, 2006

Salva-me

Leva-me daqui, vento frio que me aqueces a esperança. Ao ponto de a incinerares, talvez… leva-me, ou traz-me a Lua, que me puxa a noite. A ver se eu durmo.
Uns levam-me a vontade de cá ficar, massacram-me, torturam-me. Preferia que me arrancassem as unhas.
Outros assustam-me de morte, cedem os azares em ofertas maledicentes que me empurram para ti, vento gelado. Salva-me.
Já tentei chorar até secar, mas a sede leva-me sempre a melhor!... Também tentei distrair-me, mas o gelo nervoso acorda-me sempre!
Salva-me…

Gonçalo Taipa Teixeira
19 de Dezembro de 2001