quarta-feira, maio 03, 2006

Lua sem luz

Finjo importar-me com o que penso
Como uma torneira fechada que goteja,
Água morna que não ferve nem gela.
O que penso não faz sentido...
Nada faz, se procurarmos razões.
Um caminho leva a outro, e a outro,
Seja terrestre, marítimo, aéreo... a outro.

Talvez seja a negra língua que piso
O caminho sem cruzamentos, sem desvios.
Talvez o rio desagúe numa Lua sem luz
E me apague as dúvidas, sem caminhos,
Sem direcção, sem sentido, sem volante.
São estes os sorrisos que vos dispenso
Quando o caminho me enche as lágrimas.

Gonçalo Taipa Teixeira
8 de Julho de 2001