quarta-feira, novembro 16, 2005

À espera

Atraente, essa mulher
Que me persegue desde o início;
Desde o primeiro passo que dei
No caminho que agora piso.
Segue-me de perto, essa mulher,
Com a alva nudez de luto vestida.
Lança-me olhares faíscantes,
Seduz-me as fraquezas.
Olho-a nos olhos,
Percorro-lhe as curvas
Àvidas de amante.
O meu peito treme
Quando os seus olhos me fixam;
Afasto-a em medos, fujo.
Mas sei, com certeza,
Que ao longo deste caminho,
Vou encontrá-la à espera,
Ao dobrar uma esquina,
Oferecendo-me prazer
Por ter, enfim, chegado
Ao fim do meu caminho...


Gonçalo Taipa Teixeira
3 de Fevereiro de 1997