sexta-feira, novembro 11, 2005

Durmo

Durmo, não faço nada
Sonho a vida que levo
Num pesadelo de pedra
Durmo, sem consciência
Vagueio num bosque de mil memórias
Não me perco, nem me encontro
Num berro sem melodia
Adormeço sem vontade
Neste sono dormente
Morri vezes sem conta
Não sei bem quando nem como
Durmo, cheio de dor
Dói-me a dor de quem não sente

Quero sair deste berço
Não quero que me embalem
Prefiro sarar-me a correr
Saltar de uma ponte
Num rio de lágrimas
E nadar em adrenalina
Até um mar de gargalhadas
Quero cair de um céu de angústias
Num vale de raiva aberta
Quero acordar

Gonçalo Taipa Teixeira
19 de Novembro 96