domingo, janeiro 14, 2007

Será?

Será que é a morte que me pesa na ponta desta corda, e me puxa para frente, para um abismo de inevitável escuridão, eternidade presa num só momento de suspiro final...
Ou será o amor o que me arrasta e empurra aos trambolhões pelas serras verdes e imensas, de um qualquer céu recortado? Será o desejo o que me atira aos vales floridos de doce néctar, presos nas montanhas de um qualquer Deus?, cuja mão me impede de fugir do final...
São dúvidas que me enlouquecem, que me entorpecem. Não sei se sou puxado ou empurrado, se é o futuro quem me chama, ou o passado quem me persegue... sei só que duvido. Pensarei mais do que é preciso, e resposta virá sempre ao meu encontro; sempre a meu gosto...
E caio em mim num instante demorado e frio, em que me apercebo do final... sei, então, que nasci já para morrer. Quem não nasceu? Só os Deuses que brotaram da imaginação humana são eternos, porque vivem enquanto os lembramos na sua vida semi-recta: nasceram, mas não morrem!
Só eu nasci para morrer... Só não sei se me deito, ou se festejo...

Gonçalo Taipa Teixeira
12 de Setembro de 2000

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