sexta-feira, janeiro 26, 2007

The Balcony

Pass my parents bedroom
Out the windowed double wooden doors
I stand once again, absent minded,
Overseeing my hometown bay.

The summer sun yawns
Tilting every shadow, stretching,
Waking the late afternoon birds
On a winged chirping frenzy.

The trees whisper along with the breeze
Giggling with green and bright fireworks
As the worn yellow sunset light
Tickles through the leaves.

Sea and sky almost fuse together
As the moon darkens the sky
Reddening the clouds
With the Sun’s last brushwork.

I can still smell my mother’s flowers
And that clear chlorophyll scent
But they’ve all lost their colours;
Nothing more than vague shadows.

Gonçalo Taipa Teixeira

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domingo, janeiro 14, 2007

Será?

Será que é a morte que me pesa na ponta desta corda, e me puxa para frente, para um abismo de inevitável escuridão, eternidade presa num só momento de suspiro final...
Ou será o amor o que me arrasta e empurra aos trambolhões pelas serras verdes e imensas, de um qualquer céu recortado? Será o desejo o que me atira aos vales floridos de doce néctar, presos nas montanhas de um qualquer Deus?, cuja mão me impede de fugir do final...
São dúvidas que me enlouquecem, que me entorpecem. Não sei se sou puxado ou empurrado, se é o futuro quem me chama, ou o passado quem me persegue... sei só que duvido. Pensarei mais do que é preciso, e resposta virá sempre ao meu encontro; sempre a meu gosto...
E caio em mim num instante demorado e frio, em que me apercebo do final... sei, então, que nasci já para morrer. Quem não nasceu? Só os Deuses que brotaram da imaginação humana são eternos, porque vivem enquanto os lembramos na sua vida semi-recta: nasceram, mas não morrem!
Só eu nasci para morrer... Só não sei se me deito, ou se festejo...

Gonçalo Taipa Teixeira
12 de Setembro de 2000

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domingo, janeiro 07, 2007

Um dia

Morre agora mais um dia
Com as horas que passo em vazio.
Ideias voam; vieram e foram,
Ficam presas pela esperança de amanhã
No Sol que a Lua cheia anuncia.
São dias que se aglutinam semi-cheios
Num só dia de desespero semi-vazio.
Respiro de improviso,
Neste roteiro de fim de noite
Que não me quer desmaiar nos lençóis,
Atirar-me de encontro à almofada
E deixar-me morrer neste dia.

Gonçalo Taipa Teixeira
19 de Dezembro de 2002