terça-feira, novembro 28, 2006

O palco

São tristes, os actores que marcham
Nesta farsa embriagada e sem razão
De coloridas cortinas feitas de gargalhadas
Levantadas por ilusões e sonhos caídos
Sonhos dos actores vermelhos de sangue
Num misto de fogo e de embaraço.

Sonham alto, os Homens sem medo
Sonham muito, os homens sem saber
Desiste cedo, o homem sem esperança;
Torna-se actor de cabos apertados
Preso ao mesmo palco de ébrias maneiras,
De plateia sóbria e lacerante.

Sonham baixo, os homens baixos
A quem a vida deu o palco natal:
Sem saber, nasceram actores
E num reflexo, se descobrem actores;
Esquecem o sonho e o Paraíso,
Esquecem que no palco, passa uma farsa.


Gonçalo Taipa Teixeira
03 de Outubro de 1999

domingo, novembro 12, 2006

Beijo de saudade

Se o teu beijo aqui estivesse,
A saudade seria a mesma,
Pois num momento de olhos fechados
A vertigem da tua voz
Faz-me gritar que te amo.

Gonçalo Taipa Teixeira
28 de Dezembro de 2005

(Porque hoje é o aniversário dela)